Arábia Saudita: como a desigualdade de gênero atinge o dia-a-dia das mulheres do país.
Data: 07/10/2022
Autor: Martina Catini Trombeta
Para você, ver uma mulher dirigindo é algo natural? Na Arábia Saudita isso só é possível há pouco mais de 4 anos. De fato, ser mulher em qualquer lugar do mundo não é uma tarefa fácil e, algumas regras que diferem os direitos das mulheres e homens são ainda mais divergentes em alguns locais do mundo, como é o caso desse país.
As restrições por lá são no âmbito religioso e social, inclusive, somente em 2013 a Arábia Saudita aprovou sua primeira lei contra a violência doméstica e o abuso sexual. No entanto, a punição quase sempre é uma multa em dinheiro. Em alguns casos, inclusive, a vítima pode ser “condenada” e sofrer consequências maiores do que seus agressores.
Uma outra conquista recente foi a participação das mulheres sauditas em competições esportivas. Somente em 2012 é que elas puderam participar de um Olimpíada, a de Londres. Mas, isso não foi algo simples, não, causando grande polêmica no país, principalmente entre os clérigos radicais.
Uma das diferenças culturais muito conhecida entre nosso país e a Arábia, está na questão das vestimentas. Na maioria dos casos, as mulheres devem se vestir segundo a interpretação da sharia, o sistema jurídico do Islã, com um vestido longo e preto de manga longa, chamado abaya. Elas também devem cobrir os cabelos com um véu, mas nem sempre o rosto precisa ser totalmente coberto.
Além disso, tudo que envolva exposição do corpo da mulher possui regras, como ir ao médico, usar piscina que não sejam somente destinadas ao uso feminino, e até academias, elas devem estar acompanhadas de seus maridos e/ou responsáveis.
É proibido, também, que mulheres façam sobrancelhas da forma convencional, retirando os pelos, sendo permitido apenas que elas façam o contorno com pó descolorante.
O contato com o sexo oposto também possui regras. As mulheres podem conversar, especialmente na rua, apenas com homens de sua família e/ou casados, salvo exceção de atendentes dos estabelecimentos. É vetado, também, andar num veículo com eles, transitar na rua e nem mesmo frequentar um restaurante na companhia deles.
Muitos prédios possuem, inclusive, entradas diferentes para homens e mulheres e, em hipótese alguma, ainda que sejam casados, podem andar de mãos dadas em locais públicos.
Com tudo isso, podemos observar as diferenças culturais e, principalmente, a evolução nas conquistas dos direitos das mulheres. O caminho pela igualdade, sem dúvidas, ainda é longo, mas ao se deparar com culturas tão distantes da nossa, vemos que já avançamos consideravelmente.